sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Perto dos 70 anos, Circo Guaraciaba homenageia velha guarda com o espetáculo "E o Céu Uniu Dois Corações"

O Circo Guaraciaba, uma das companhias circenses mais importantes do Brasil, apresenta o espetáculo "E o Céu Uniu Dois Corações", escrito por Antenor Pimenta, nos dias 23 e 24 de outubro, às 21h, no Teatro Arthur Azevedo, na Mooca. As apresentações, que contam com entrada franca, fazem parte da contagem regressiva para o aniversário de  70 anos da companhia que acontece no próximo ano, e tem como foco homenagear seus veteranos artistas. Ainda no dia 23, sexta-feira,  a trupe se reúne para um bate-papo aberto ao público ao lado de Daniele Pimenta, sobrinha do autor da obra em cartaz. A palestra acontece no Centro de Memória do Circo, às 14h, também com entrada gratuita. O projeto conta com apoio do Prêmio Funarte Caixa Carequinha de Estímulo ao Circo – 2013.
A montagem de "E o Céu Uniu Dois Corações" nasce como uma homenagem a velha guarda da trupe que ainda está na ativa: Guaraciaba Malhone, Ediméia Rocha, Iracema Cavalcante e Hudi Rocha, que colecionam cerca de 68 anos de carreira no circo-teatro. Segundo Alexandre Malhone, palhaço e filho de Guaraciaba Malhone, os projetos da Trupe Circo-Teatro Guaraciaba são realizados e propostos para a velha guarda do Circo. "Buscamos aproveitá-los enquanto ainda estão vivos, lúcidos e com enorme prazer de estar em cena. 

Foto: Divulgação.

É sempre com o objetivo de que revivam e que passem aos mais novos as suas experiências, todas as histórias e generosidade. Nesse ano, em especial, os projetos são propostos principalmente ao Hudi Rocha, o  palhaço Fedegoso, que encanta a todos desde de criança. E que luta, literalmente, para estar nos palcos e picadeiros sempre que a oportunidade lhe surge. Que se emociona toda vez que termina um espetáculo. Ele, que passou recentemente por problemas de saúde,  emociona dizendo que não tem medo de que a morte apareça, mas que tem pavor de não atuar mais," conta Malhone, que é responsável pela companhia atualmente.

Foto: Divulgação.

O espetáculo, que conta com 17 atores em cena, misturando a velha guarda com a nova geração de atores, é um presente para o diretor Mário Pérsico, que conta entusiasmado sobre dirigir os atores mais experientes, " Há muitas diferenças entre trabalhar com eles e com os que estão chegando agora. Primeiro que os atores da velha guarda praticamente nasceram fazendo isso, viram seus pais, irmãos, tios representando, e isso dá uma outra visão, uma outra posição ao ato de "fazer". Eu vejo por exemplo a Iracema Cavalcante que mora em Salto de Pirapora e tem uma participação relativamente pequena e está sempre presente aos ensaios em Sorocaba. Eles são assíduos, pontuais. Também tem uma forma particular de abordar o texto e os personagens que é muito diferente da nossa, mas tudo isso também vem da bagagem acumulada de uma vida inteira dentro do circo teatro", conta o diretor.
Quanto a montagem, Mario também aponta para a parceria que abraçou com Alexandre Malhone. "Esse espetáculo foi montado totalmente em conjunto com ele,  que conhece e faz a peça desde sempre. Então muitos dos cacos, situações, piadas que nem estão no texto, mas eram feitas nas versões levadas pelo pessoal da velha guarda estão lá graças à colaboração dele", finaliza o diretor.
Palestra
A velha guarda do circo e Daniele Pimenta batem um papo sobre o circo-teatro no Brasil e suas curiosidades. O público irá poder participar ativamente da palestra, que também aborda o livro Circo e Poesia, escrito por Daniele, que tem como tema  a história de seu tio, autor do romance escrito na década de 40 "E o Céu Uniu Dois Corações" A palestra é gratuita e acontece na sexta-feira (23) às 14h no Centro de Memória do Circo, na Av. São João, 473 - Galeria Olido - Centro, São Paulo – SP.

O Circo Guaraciaba:
Inaugurado em 26 de junho de 1946, no bairro Jaçanã, em São Paulo, o Circo-Teatro Guaraciaba foi iniciado por Antonio Malhone, famoso palhaço Pirolito. O Circo recebeu esse nome em homenagem à sua filha, na época com dois anos de idade. Antonio Malhone, mesmo com apenas 24 anos, era responsável por uma das maiores organizações de circo-teatro. Ganhou prestígio e respeito não só pela logística (equipamentos, montagem, frota, figurinos, adereços cênicos), mas também pela maneira rígida, metódica e quase insuportável de conduzir seus espetáculos. Os circos da época seguiam a risca a maneira carregada de interpretação proposta pelos melodramas. Ele achava essa interpretação distante demais do público, por isso, arriscou-se a colocar em seu circo, uma interpretação mais naturalista. Em princípio, houve um estranhamento de todos. Colegas, críticos e público. Porém, em pouco tempo, a plateia se identificava de tal maneira com aqueles personagens, muito próximos de sua realidade, eliminando a forma "afetada" de interpretação. Obteve muito sucesso. E contando também, com a sorte de ter um elenco tão competente.
Com vasto repertório (mais de noventa textos, entre comédias e dramas), não repetia seus espetáculos, o que era um forte trunfo do Circo-Teatro.
Com quase 70 anos de existência, hoje o grupo remonta os grandes clássicos do passado e alguns textos atuais, buscando cada vez mais a proximidade e identificação com seu público.
Mais sobre Hudi Rocha
Recentemende, Hudi Rocha, o palhaço Fedegoso, ficou extremamente grato e lisonjeado por ter sido (junto com seu filho – Kuxixo), o "personalpalhaceitor" de Selton Melo e Paulo José, no filme "O Palhaço", grande sucesso nacional. Ajudou na pesquisa circense, ensinou emboladas e reprises aos dois. Com isso, acabou tendo uma participação no filme e, na estreia em São Paulo, foi o homenageado da noite. Selton Melo dedicou a exibição do filme para ele. E é para um dos melhores (se não o melhor) palhaço caipira ainda na atividade, e toda a velha guarda do circo que propomos esse projeto.

Sinopse:
Alberto e Nely formam um casal de namorados bastante apaixonado, a ponto de jurarem amor eterno antes mesmo de irem ao altar. Tudo correria bem se o destino dos dois não fosse cruzado pelo agiota mau caráter Della Torre e seus comparsas Francisco Pereira e seu neto. Uma trama que envolve o amor verdadeiro, um possível casamento por interesse, vingança, ambição, ciladas, morte, um homem preso injustamente, uma velha cega, um garoto gago e um final apoteótico. Situações e personagens típicos de um bom melodrama.

SERVIÇO:
Espetáculo "E o Céu Uniu Dois Corações"
Local: Teatro Arthur Azevedo - Av. Paes de Barros, 955 - Mooca, São Paulo - SP
Datas: Dias 23 e 24 de Outubro (sexta e sábado)
Horário: 21h
Ingressos: Os ingressos são gratuitos e distribuídos uma hora antes do início das apresentações.
Classificação Livre.

Elenco:
Guaraciaba Malhone, Hudi Rocha, Iracema Cavalcante, Ediméia Rocha, Alexandre Miranda, Gabriela Cau, Renato Gomes, Geisa Helena, Felipe Dias, Alexandre Malhone, Raul Trindade, Mário Pérsico, Bianca Tavares, Stê Fernandes, Benê d' Souza, Stefânia Mendes, Luciana Malhone.

Direção: Mário Pérsico
Assistente de Direção: Alexandre Malhone
Cenografia: Adriano Gianolla
Figurinos: Luciana Malhone
Técnicos de som e luz: Stefânia Mendes, Geisa Helena, Bianca Tavares
Iluminação: Bruno d' Oliveira
Assessoria de Imprensa: Beatriz Nunes
Videomaker: Leandro Almeida
Fotos: Rafael Côvre
Arte gráfica: Lauren Giraldi
Produção Executiva: Stefânia Mendes
Produção: Geisa Helena
Realização: Circo-Teatro Guaraciaba

Beatriz Nunes
Assessoria de Imprensa
(15) 99189-9779

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