terça-feira, 5 de abril de 2016

Joana Flor lança "Indivíduo Lugar" no Sesc Pompeia

A cantora e compositora Joana Flor sobe ao palco do teatro do Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93), às 21h, dentro do Projeto Plataforma, onde apresenta seu primeiro álbum de estúdio Indivíduo Lugar.  Joana estará acompanhada de sua banda "Os Ervas Daninhas", -  formada por Roberta Kelly (bateria), Luiz Couto (baixo e voz) e Juninho Batucada (percussão e voz) -  além de músicos que participaram da gravação do álbum. O disco nasce de uma série de releituras que Joana fez desde que foi convidada, em 2011, para gravar e produzir a faixa "Seu Nome" no álbum Literalmente Loucas, projeto de Zé Pedro e Patrícia Palumbo, que reuniu cantoras da nova geração para gravar canções de Marina Lima.

Foto: Alicia Peres.


A partir daí, gravou e produziu em home studio artistas como Itamar Assumpção, Tom Zé e Sergio Sampaio. Multi-instrumentista, Joana transforma completamente as canções. "Quando eu decido fazer uma versão, tento modificá-la completamente. O fato de eu escolher músicas não tão conhecidas do grande público leva algumas pessoas a pensarem que são canções autorais", conta Joana.
Em 2014 disponibilizou na web algumas dessas faixas, reunidas em um EP batizado Em Progresso. No mesmo ano, conheceu Manoel Barenbein, o produtor responsável por discos fundamentais da história da música brasileira, sendo Tropicália ou Panis et Circencis, que uniu Gil, Caetano, Nara Leão, Os Mutantes e Tom Zé, um dos mais importantes. Barenbein já trabalhou com outros tantos grandes nomes da música, como Chico Buarque, Roberto e Erasmo Carlos, Toquinho e Ronnie Von. A identificação entre os dois foi imediata e o próximo passo foi trabalhar nas canções que estariam em Indivíduo Lugar.
"A Rita" (Chico Buarque), "Samba Erudito" (Paulo Vanzolini), "Zamba Bem" (Marku Ribas) e "Eu te amei como pude (Feito Gente)" (Walter Franco) foram as eleitas para compor o que seria o lado "A" do álbum. As autorais são "Sine Qua Non", "Película" e as inéditas "Nuvens" e "Cores".
"Eu fazia a pré-produção em casa. Gravava e mandava para o Manoel. E ele, sempre muito generoso, dava umas ideias que tinha tudo a ver. Ele foi muito sensível. Nós nos demos muito bem. Era muito divertido este momento de ligar para ele e falar sobre as canções. Ele sempre ouvia as músicas e me dava um 'plus'", valoriza Joana.
O álbum dá a dimensão do trabalho de Joana Flor, já que reúne canções autorais e versões. Contar com um produtor musical era, até então, inédito na trajetória dela, que sempre gravou, produziu, mixou e masterizou seus trabalhos. A cantora é formada em produção musical.
Em Indivíduo Lugar, ela entra de cabeça numa versão rock para a comportada "A Rita", de Chico Buarque, revive um clássico do underground em "Eu te amei como pude (Feito Gente)", de Walter Franco, que está no álbum Revolver (1975), faz de "Samba Erudito" (Paulo Vanzolini) um samba a la Chiquinha Gonzaga e "Zamba Bem" (Marku Ribas) ganha uma versão bossa nova.
Entre as autorais, "Sine qua non", que já fazia parte do repertório, ganhou uma nova versão, mais samba rock. "Película" é um exemplo de como é possível sair do óbvio, coisa que Joana fez durante todo o disco. Mesmo que esteja tocando algo tão brasileiro, como a bossa, parte da canção é entoada em espanhol. Entre as inéditas, "Cores" é um fado com a guitarra portuguesa de Vinícius Almeida e "Nuvens" é a música mais etérea do álbum. Um mergulho na Joana sensível, que fala de seus sentimentos e conta com uma orquestra de aquários em clima oitentista.
"Eu quando não estou apaixonada, estou falando das plantas, do tempo, do existencialismo... Os meus temas são esses", fala Joana.
As canções foram gravadas no estúdio Musiclave, em São Paulo. A capa do álbum é uma tela do artista Marcos Coimbra, "Magna Musa" (2013). O disco está disponível para audição nas plataformas de streaming  Spotify, Deezer e Google Play, além de estar à venda em todas as lojas de discos do país com distribuição da Tratore. 
Mais sobre Joana Flor
Com formação musical em canto lírico e violão popular, a carioca chegou a São Paulo em 2004 e montou o trio "Joana Flor e Seus Dois Maridos". Com este trabalho, apresentou-se em diversas casas em São Paulo e foiPrata da Casa no Sesc Pompeia.
Com a dissolução do trio, ela seguiu carreira solo. Em 2011, participou de uma faixa no álbum Literalmente Loucas, projeto de Zé Pedro em parceria com Patrícia Palumbo, que reuniu cantoras da nova geração em versões de músicas de Marina Lima. Além disso, a cantora lançou informalmente o EP Viva (2012) gravado nos estúdios da Trama Virtual e que alcançou mil downloads em apenas um dia, pelo site A Musicoteca. O EP a levou a tocar por várias unidades do Sesc de São Paulo.
Em 2014, lançou o EP Em Progresso (2014), com shows de lançamento no Sesc Vila Mariana (SP) e no Solar de Botafogo (RJ).  Versátil, já fez shows em homenagem à  Tim Maia (Galeria Olido) e Rita Lee (Sesc Santo André).
Faixa a faixa
1. "A Rita"
(Chico Buarque)
Essa é uma música que eu toquei muito na noite. E era uma música que eu tinha bastante afinidade, mas acho que a letra pede um rock. Já que o "vilão ficou mudo", liguei a guitarra!
2. "Samba Erudito"
(Paulo Vanzolini). Participações especiais: Johnny Guima (Tan-tan, cuíca, tamborim, ovinho) e Vinicius Almeida (violão de 7 cordas, cavaquinho)
Essa foi o Manoel quem chegou e disse: "Essa música é a sua cara!" e quando ele me mostrou eu pensei: "Nossa tudo a ver!". E já comecei a fazer a produção em casa e tive essa ideia de fazer um samba com referências à Chiquinha Gonzaga, com piano meio de maxixe, tem até caixinha de fósforo na música.
3. "Zamba Bem"
(Marku Ribas). Participação especial: Johnny Guima (Tamborim, ganzá)
Todas as releituras que a gente tem dessa música são samba-rock e fazendo uma reverência ao autor e a música original. Então, pensei em fazer uma "bossinha". E o Manoel veio com a história de fazer uma bossa meio Tom Jobim, com orquestra, com piano, uma bossa meio jazz.
4. "Eu Te Amei Como Pude (Feito Gente)"
(Walter Franco)
Eu já tinha feito essa no estúdio que tenho em casa. Então, só gravei com bateria de verdade, porque a bateria tinha sido feita em midi. Mas eu mantive muita coisa original que eu fiz em casa.
5. "Cores"
(Joana Flor). Vinícius Almeida (guitarra portuguesa, baixo)
Essa música é uma das últimas que eu compus. Ela era originalmente um xote, eu tenho essa influência da música oriental, flamenca e cigana e ao mesmo tempo nordestina, porque para mim tem a mesma origem. Ela tinha um escala meio espanhola. Daí, o Manoel deve essa ideia de fazer uma coisa meio fado. Na primeira versão, ela tinha uma viola caipira e o Manoel deu a ideia de chamar uma guitarra portuguesa. E eu chamei o Vinícius. Ele gravou e ficou maravilhoso!
6. "Nuvens"
(Joana Flor) Participação especial: Pax Bittar (Orquestra de Aquários e kalimba). Claudio Erlam (baixo fretless).
Estava passando por um momento de "apaixonamento", então foi um momento de resignificar a vida, a minha forma de me apaixonar e o meu jeito de ser. Ela é bem autobiográfica. E foi meio psicografada, porque eu fui fazendo a harmonia, junto com letra, tudo ao mesmo tempo e quase não reescrevi nada. Fiz uma gravação bem simples em casa e nesse meio tempo, conheci o Pax num curso e ele tem essa história da orquestra de aquários, que eu me apaixonei quando vi aquilo ao vivo. Inclusive, meu filme preferido do Fellini, que é o "E La Nave Va" (1983), tem uma cena com uma orquestra de taças de cristal. Essa cena me marcou desde que vi o filme. Quando vi isso ao vivo, pensei: "Preciso fazer alguma coisa com isso". Então, imaginei que este era o momento.
7. "Película"
(Joana Flor). Participação especial: Johnny Guima (cuíca e ovinho)
Essa é uma música que eu chamo de "Bossa-Orla", porque ela tem essa coisa de estar caminhando no Rio e vendo a paisagem. Só que eu a compus em São Paulo, indo para a faculdade ouvindo um cantor chamado Kevin Johansen, que é argentino e eu pensei: "Bem que eu podia fazer uma música assim, meio pop, meu suingue, mas com essa característica de flerte".  
8 - "Sine Qua Non"
(Joana Flor). Participações especiais: Johnny Guima (pandeiro, bongô e reco-reco) e Vinícius Almeida (baixo)
É uma música de uma fase mais antiga minha. Eu tinha me mudado para São Paulo há pouco tempo e tinha ainda bastante a coisa do samba rock. Ela originalmente era uma bossa para frente. Quando estava gravando a versão que está no álbum, segui  a sugestão do operador do estúdio, que era fazer algo mais "Jorge Ben". E eu gostei muito, porque a música ficou mais para frente. Nessa versão, gravei, aquela guitarrinha marota, que dá um "tchan" na canção.

SERVIÇO
Joana Flor apresenta Indivíduo Lugar

Local: Sesc Pompeia (Rua Clélia, 93, Lapa, São Paulo, SP)
Dia: 8 de abril de 2016, às 21h
Duração: 1h30
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos.
Ingressos: R$ 20,00 (inteira). R$ 10,00 (meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). R$ 6,00 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes). Ingressos à venda pelo Portal 
www.sescsp.org.br e nas bilheterias do SescSP. Venda limitada a quatro ingressos por pessoa. Não é permitida a entrada após o início do espetáculo.

Assessoria de Imprensa:
Com Canal Aberto | Márcia Marques | Alessandra Braz
Contatos: (11) 2914 0770 / 99126 0425 / 94552-5625

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