Cia
das Artes revive universo das vedetes do
Teatro
de Revista na comédia “Ladeira da Memória”
Elas usavam plumas e paetês. Dançavam sobre enormes saltos
plataforma com segurança e desenvoltura invejável e tinham pernas sensuais que
arrancavam suspiros das plateias masculinas e o ódio das mulheres puritanas. A
Cia. das Artes volta aos palcos e relembra o universo de luxo e cores das
vedetes do Teatro de Revista com a comédia “LADEIRA DA
MEMÓRIA”, que estreia dia 26 de maio e fica em temporada até 24 de
junho de 2012 no Teatro Coletivo (Rua da Consolação 1623). Antonio Netto
faz a direção do texto de Luis Alberto de Abreu, dramaturgo premiado e com quase
30 anos de carreira e mais de 40 peças adaptadas para os palcos. A produção da
peça é da Cia. das Artes em parceria da Oficina de Atores, do Rio de
Janeiro.
A inspiração não poderia ser diferente. Vedetes
emblemáticas como Virgínia Lane, Luz Del Fuego, Dercy Gonçalves e Wilza Carla
serviram de inspiração para as atrizes que levarão ao palco a magia que
hipnotizou e lotou os teatros brasileiros desde seu surgimento em 1859, no Rio
de Janeiro, até sua decadência, em idos de 1960. São Paulo é o foco de
“Ladeira da Memória”. Antonio Netto, diretor, explica que o
espetáculo narra o cotidiano de uma companhia de Teatro de Revista, em que a
principal figura é Deodora (Talma Salem), uma atriz de primeira linha que vive
um duplo momento crítico: a pressão de seu namorado Ariovaldo (Hugo Leonardo),
um professor de português que anseia pela saída da atriz do glamour da noite
paulistana, e a ferrenha disputa entre três vedetes que desejam o seu posto de
destaque dentro da Companhia e a preferência dos espectadores, a dita
“rivalidade amiga”, que permeava os bastidores dos espetáculos da
época.
A companhia de Teatro de Revista é dirigida por Brás
(Vagner Vaz) um genuíno canastrão, mas divertido e bem-humorado, que administra
os egos inflados das atrizes. Para ilustrar o ambiente boêmio tipicamente
paulista, Zelinho (Sergio Buck) é um bêbado que troca o dia pela noite no bar da
D. Arízia (Fernanda Gonçalves), um lugar decadente localizado no bairro do
Bixiga, zona central de São Paulo. Zelinho bate ponto no bar, todos os dias, e
sabe exatamente o que acontece por lá. Alguns fatos são recorrentes, quase
cronológicos e o personagem acompanha esses fatos sempre sob sua ótica, movida à
malandragem, com um “tempero” de melancolia e humor.
Em cena, 26 atores interpretam o dia a dia da companhia de
Teatro de Revista, trazendo à tona características que marcaram época, como a
dança, os quadros musicais, as fantasias coloridas usadas como elementos
coreográficos e cenográficos.
“Ladeira da Memória”
leva os palcos do Teatro Coletivo em São Paulo um gênero teatral derivado dos
vaudevilles parisienses, comédias acompanhadas de pequenos coros, onde os
personagens se envolviam sempre em situações equivocadas. O elemento mais
poderoso desse estilo de teatro era a paródia, recurso desaprovado pelos
intelectuais e adorado pelo povo, que sempre lotava os
teatros.
Sobre o
autor
Luis Alberto de Abreu destacou-se
como autor ligado ao grupo Mambembe com as peças Foi Bom, Meu Bem? e
Cala a Boca Já Morreu. Em seu repertório, destaque para a antológica
Bella Ciao, as
premiadas Borandá e Auto da paixão e da alegria, ambas encenadas
pela Fraternal Companhia de Arte e Malas Artes, com o Teatro da Vertigem O
Livro de Jó, em 1995 fez história. Como roteirista se destacou no cinema com
os filmes Maria (1985); Lila Rapper (1997), juntamente com Jean
Claude-Bernardet; e os premiados Kenoma (1998) e Narradores de
Javé (2000); além de Andar às Vozes (2005), juntamente com Eliane
Caffé. Já para TV, escreveu os roteiros de duas minisséries, Hoje é Dia de
Maria (2005) e A Pedra do Reino (2006). Foi, ainda, professor de
dramaturgia da Escola Livre de
Teatro de Santo André e dramaturgo residente no Centro de
Pesquisa Teatral (CPT) de Antunes Filho. Recebeu prêmios da Associação Paulista
de Críticos de Arte (APCA – 1980, 1982, 1985, 1996), Prêmio Mambembe do
Instituto Nacional de Artes Cênicas (1982), Prêmio Molière da Companhia Air
France (1982), Prêmio Mambembe (1995), Prêmio Apetesp (1995), Prêmio Panamco
(2002) e Prêmio Shell (2004).
Ficha Técnica
Texto:
Luis Alberto de Abreu Direção Geral: Antonio Netto Assistencia de
Direção: Diego Lima Preparação corporal: Talma Salem Figurinos e
Adereços: Márcio Tadeu Design Gráfico e preparação de atores: Jair
Aguiar Produção: Cia. das Artes com parceria da Oficina de Atores do Rio
de Janeiro Direção de Produção: Jair Aguiar e Cia. das Artes Produção
Executiva: Wesley Keri Elenco: Sergio Buck, Hugo Leonardo, Wagner
Vaz, Talma Salem, Fernanda Gonçalves e grande elenco.
Serviços
Temporada: 26 de maio a 24 de
junho Horário: Sábado 21h e Domingo 20h Duração:
1h10
Recomendação: 12 anos
Local: Teatro Coletivo Endereço: Rua da Consolação
1623
Telefone: 11 3255.5922
Ingresso: R$15,00(antecipado) R$40,00 (inteira) R$20,00
(meia)
Nenhum comentário:
Postar um comentário