quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Esperando Godot, do Garagem 21, mistura teatro a elementos de HQs, desenhos animados e dança contemporânea

Estreia dia 05 de novembro de 2016 o espetáculo Esperando Godot, de Samuel Beckett, com o grupo Garagem 21 e direção de Cesar Ribeiro, no Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1.323, Pinheiros, São Paulo, SP). Escrita em 1949, a peça é considerada um marco da narrativa moderna e apresenta a história de dois personagens que aguardam a chegada de Godot, que nunca aparece. 
“A montagem parte de uma linguagem híbrida influenciada pelo teatro de Tadeusz Kantor e elementos de HQs, desenhos animados e dança contemporânea para falar sobre as relações em uma sociedade em que o humano reproduz a lógica do produto, resultando na reificação e na necessidade de ressignificação de si, do outro e da realidade”, conta o diretor.

Com cenografia e figurinos de Telumi Hellen, iluminação de Carmine D’Amore, colaboração da jornalista e crítica teatral Maria Fernanda Vomero e de Kenn Yokoi, e Paulo Campos, Ulisses Sakurai, Paulo Olyva e Cadu Leite no elenco, o espetáculo teve início de processo em fevereiro de 2014, com estudos sobre Beckett e os teóricos que servem de base à sua criação, como Michel Foucault e Adorno.

Foto: Divulgação.


“Os temas centrais de Beckett estão na incomunicabilidade, no vazio, na ignorância, na impotência e na morte, utilizando, para compor esse quadro, a chamada estética do fracasso, com indivíduos semiacabados, normalmente aprisionados a algo. É um escritor marcado pelas grandes guerras, em que as estruturas buscam encontrar um novo enquadramento e um novo sentido, em que a modernidade está prestes a findar e surge um novo ideário, de um mundo mais tecnológico e mais individualista, em que as grandes ideologias têm seu fim, em que o capital domina todas as esferas da vida privada e coletiva, em que predominam a mundialização e o consumismo”, diz Cesar Ribeiro.

Essa transição de realidades representa o fim de uma era e, para Beckett, também o fim de um indivíduo. Segundo Beckett, o nosso problema não é que vamos morrer. É que ainda não nascemos. E para isso é preciso livrar-se da memória e construir um novo mecanismo de apreensão da realidade, uma nova visão que organize o caos, e não o disfarce em uma pretensa ordem.

SINOPSE
Influenciada pela estética de HQs e desenhos animados, a peça narra a história de dois personagens que aguardam a chegada de Godot, que nunca aparece.

SAMUEL BECKETT
O escritor irlandês, nascido em Dublin em 1906 e falecido em Paris em 1989, escreveu Esperando Godot em 1949. Sua obra é considerada um marco na ruptura da linguagem clássica ao reduzir a narrativa aos elementos mínimos necessários ao ato de contar histórias.

Em textos como sua trilogia literária Molloy, Malone Morre e O Inominável, o que se vê é a desconstrução da narrativa, chegando ao ponto em que não há informações sobre de onde se vem e para onde se vai, descrição do espaço em que se situa a ação e outros dados, tornando a linguagem um fluxo de pensamento em que não há necessidade de outros pontos de alicerce.

A busca de uma ruptura com a linguagem surge em Beckett da ideia de incomunicabilidade, de que as palavras são necessárias, mas incapazes de apreender o real sentido das coisas.

Foto: Divulgação.


Tal noção vem do grande referencial teórico e de vida que influenciaram sua obra: o domínio inglês sobre a Irlanda, a cultura provinciana de Dublin e a divisão entre o protestantismo e o catolicismo, entre outros, fizeram com que Beckett questionasse o sentido da existência e procurasse focos que o fizessem entender melhor a realidade. Assim, para entender Beckett é preciso ao menos estudar parte de suas referências, em que se misturam Joyce, Santo Agostinho, Schopenhauer, Shakespeare, Dante, Baudelaire, Apollinaire, Pirandello, Proust, Jung, Geer Van Der Velde, Milton, Kafka, Caspar David Friedrich e diversos outros.

O GRUPO GARAGEM 21
Surgiu em 2009, na cidade de São Paulo. Desde o princípio, centrou suas pesquisas na investigação da ideia de poder e suas extensões no corpo social, utilizando-se da leitura de obras de filósofos como Nietzsche, Schopenhauer e Michel Foucault. Do ponto de vista estético, procura um híbrido do teatro com outras linguagens, como quadrinhos, videogames, desenhos animados e rock, em busca de uma forma de fazer teatro relacionada à transformação social propiciada pelas novas tecnologias e capaz de fomentar um novo público, em especial jovens e jovens adultos. 
Neste período, encenou as seguintes peças: “Cigarro frio em noites mornas” (2012), “Fim de partida” (2011), “Fodorovska” (2010), “Somente os uísques são felizes” (2009) e “Sessenta minutos para o fim” (2009). 
Recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo Adulto, Melhor Ator (Paulo Campos), Melhor Figurino e Melhor Direção (Cesar Ribeiro) no Festival de Teatro da Unicentro, com “Sessenta minutos para o fim”. Recebeu os prêmios de Melhor Espetáculo e Melhor Ator no Festival de Teatro de Campo Mourão 2012, com “Sessenta minutos para o fim”. Recebeu o prêmio de Melhor Trilha Sonora (Cesar Ribeiro) no Festival Nacional de Comédia (“Sessenta minutos para o fim”). Recebeu os prêmios de Melhor Ator (Paulo Campos) e Melhor Ator Coadjuvante (Sergio Silva Coelho) no Festival de Teatro de Campo Mourão 2010 (“Fodorovska”). 
Sob a denominação Cia. de Orquestração Cênica – nome anterior do grupo –, encenou as peças “Desconstrução” (2007), “Sinfonia patética” (2007), “Diálogo inútil do Abismo com a Queda” (2001), “Intermezzo” (2000), “Diário de um louco” (2000), “Queen – a festa” (1999), “Millennium” (1998), “Desimagem” (1996) e “Subterrâneo” (1994).
O grupo apresentou-se também em diversos festivais, como: Festival de Teatro de Curitiba (PR), Funalfa – Festival Nacional de Teatro de Juiz de Fora (MG), Floripa Teatro (SC), Festival de Teatro de Lages (SC), Festival de Teatro de Campo Mourão (PR), Festival de Teatro de Catanduva (SP), FestCamp (Campo Grande/MS), Festival Nacional de Teatro Pontos de Cultura (Floriano/PI), Mostra Jacareiense de Artes Cênicas (Jacareí/SP), Festival de Teatro da Unicentro (Guarapuava/ PR), Festivale – Festival Nacional de Teatro do Vale do Paraíba (São José dos Campos/SP) e Festival  Nacional de Comédia (Alegre/ES). Apresentou-se ainda na primeira e na segunda edição da Festa do Teatro e na edição 2010 da Virada Cultural.



FICHA TÉCNICA
Texto: Samuel Beckett
Direção: Cesar Ribeiro
Elenco: Paulo Campos (Estragon), Ulisses Sakurai (Vladimir), Paulo Olyva (Pozzo) e Cadu Leite (Lucky e Menino)
Tradução: Fábio de Souza Andrade
Cenografia e figurinos: Telumi Hellen
Iluminação: Carmine D’Amore
Trilha sonora: Cesar Ribeiro
Fotos e filmagem: Nelson Kao
Design gráfico: Diego Bianchi
Colaboração: Maria Fernanda Vomero e Kenn Yokoi
Assessoria de imprensa: Canal Aberto 
Realização: Garagem 21

SERVIÇO
De 05 de novembro a 18 de dezembro de 2016 e
De 21 de janeiro a 19 de fevereiro de 2017 
Sábados às 20h e domingos às 19h
Viga Espaço Cênico – Sala Piscina
Rua: Capote Valente, 1.323 – Pinheiros/SP
Tel. de informações: (11) 3801.1843
Duração: 140 min (com intervalo de 15 min)
Capacidade: 35 lugares
Recomendação: 12 anos
Ingressos: 40

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